E-mail:

. SE VOCÊ PRECISA DE AJUDA COM DROGAS OU TEM DÚVIDAS, ESCREVA PARA drogas_precisodeajuda@hotmail.com

terça-feira, 13 de setembro de 2011

TRATAMENTO A FORÇA FUNCIONA???

É comum o dependente pedir desesperadamente o auxílio da família e horas depois se negar a aceitar qualquer ajuda. Outras vezes, a família percebe a gravidade do problema, mas o dependente não tem a mesma opinião: não vê problema nenhum. Qual a solução? O tratamento dependente exclusivamente da vontade do paciente? O tratamento forçado resolve?

Em nossa rotina clínica freqüentemente nos deparamos com situações de procura por tratamento por imposição de outras pessoas:
tratamento compulsório por determinação judicial;
por imposição dos pais, filhos ou parceiro;
por pressão do patrão ("ou o tratamento, ou a demissão");
por imposição do médico de uma outra especialidade.
internação forçada após um episódio de agitação extrema.

Qual o valor disso? Em primeiro é bom dizer que, de fato, a colaboração do paciente é fundamental. Nada vai acontecer se o indivíduo não estiver afim. Mas três situações ligadas à dependência química precisam ser investigadas antes apresentarmos algumas conclusões:

1. A
motivação para a mudança no dependente é variável. As fases motivacionais vão da negação total da doença até o mais árduo esforço pela conquista de um novo modo de vida, sem drogas. A motivação pode ser influenciada, estimulada. O tratamento pode ser o momento propício para isso ocorrer. Mas o esforço para motivar não se resume ao tratamento. Deve envolver o maior número de pessoas possível, em especial a família.
2. Pessoas que estão em tratamento sempre melhoram. Há uma infinidade de técnicas ou linhas de tratamento. Todas perecem produzir resultados bastante semelhantes. Mas independentemente da linha escolhida, os estudos são unânimes em afirmar que a permanência no tratamento sempre melhora a vida do dependente e daqueles que o cercam.

3. O dependente perdeu a liberdade de escolha. Este é o ponto central de qualquer transtorno psiquiátrico. A incapacidade de um indivíduo de escolher alguma coisa diferente do que faz atualmente. O dependente não consegue mais escolher entre o consumo e a abstinência. A vontade de usar é sempre maior e se sobrepõe a coisas que antes eram importantes para o indivíduo (emprego, convívio com os amigos e parentes, respeito às normas). Desse modo, não é tão simples assim ouvir da pessoa "não vou me tratar" e nada mais acontece. É chegada a hora de refletir e pedir auxílio profissional, por mais que ele comece apenas com a presença da família.
Força aí!

vários motivos que estimulam o indivíduo a procurar ajuda e desejar a mudança. Sentir que a família o pressiona ao tratamento, a chegada de prejuízos sociais (possível perda do emprego, condenação por contravenções penais, perdas afetivas) e clínicos são alguns deles. O tratamento forçado pode ser eficaz. Muitos pacientes que chegam para o tratamento por 'livre e espontânea pressão' acabam percebendo que a abstinência lhes traz ganhos muito maiores que os tinham quando usavam drogas.

Fonte: Texto Parcial extraído do
Site Álcool e Drogas sem Distorção (www.einstein.br/alcooledrogas) / NEAD - Núcleo Einstein de Álcool e Drogas do Hospital Israelita Albert Einstein