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quinta-feira, 21 de julho de 2011

O QUE PODE ATRAPALHAR A PARTICIPAÇÃO DA FAMÍLIA NO PROCESSO DE RECUPERAÇÃO

Alguns problemas aparecem no momento em que a família resolve participar do tratamento:

1. O dependente sabe mais sobre drogas do que a família. A família é pouco informada sobre a questão das drogas, em especial as drogas proibidas (ilícitas). A pouca informação que a família possui vem dos meios de comunicação e de outras pessoas. Geralmente são distorcidas e sensacionalistas. O assunto é tratado de modo assustador. As drogas são apresentadas como algo demoníaco. Isso deixa os pais e filhos longe de um entendimento. Cria-se um clima de guerra, tudo é muito terrível e ameaçador. A família deve se informar primeiro! Além disso, não deve ter medo de dizer ao dependente que não entende do assunto. Afirmar algo sem sabe o que se está dizendo, aumenta ainda mais a distância e a chances de diálogo.

2. A família fica sem saber qual a sua função. As drogas provocam mudanças importantes na vida familiar. Pais estão acostumados a serem os mentores dos filhos. De repente os filhos entram num campo desconhecido. Passam saber que coisas que os pais não tem a mínima noção. Quando o dependente é um dos pais, os filhos vêem-se em uma situação igualmente confusa: como interferir na vida daquele que os criou e ensinou como as coisas deveriam ser? Sem saber o que fazer com sua autoridade (abalada), muitos optam pelo autoritarismo. Isso só deixa o relacionamento ainda mais deteriorado.

3. A família já tinha problemas muito antes da droga aparecer. Famílias com problemas podem se constituir num fator de risco para o aparecimento do consumo abusivo de drogas entre seus membros. Não que a desestrutura seja a única causa ou a causa mais importante, mas pode contribuir. Desse modo, o tratamento da dependência passa pela avaliação da família e pela necessidade de seus membros também procurarem orientação e tratamento. Estudos mostram que vítimas de maus tratos, a presença de consumo problemático de drogas entre os mais velhos, violência, ausência de rotina familiar e a dificuldade dos pais em colocar limites nos filhos aumenta o risco do surgimento de dependência entre os seus membros. Desse modo, a cura passa a ser responsabilidade não só de dependente, mas de todos que o cercam.

4 . A família culpa o dependente ou se culpa. Apontar culpa é exercer um julgamento. O veredito de um julgamento é uma conclusão. Não precisa ser interpretado, entendido. Deve ser cumprido e pronto. Não há mais o que fazer... Esse é um grande erro que a família comete. Se os pais ou os filhos se culpam ou culpam alguém pelo que fizeram ou deixaram de fazer no passado acabou-se a possibilidade de seguir adiante. Ninguém tem culpa da situação, mas todos podem assumir responsabilidades para solucionar o problema! A presença desse espírito por parte de todos durante do tratamento melhora as chances de recuperação do dependente. Além disso é uma grande oportunidade para sanar as dores e os ressentimentos que se acumularam debaixo do tapete e que agora, apesar de volumosas, ninguém quer ver.
5. Falta uma figura neutra. Por tudo o que já foi dito anteriormente, a análise do problema pela família e pelo dependente encontra-se distorcida. Muitas vezes pais e filhos (não importando quem seja o dependente) confundem a inabilidade de ambos em lidar com o problema, com as dores e ressentimentos que rolaram no passado. Qualquer família erra, deixa de fazer ou mesmo traumatiza seus membros. Por outro lado também lhe dá habilidades e compensações para minimizar ou superar essas perdas. Esse não é um caminho frutífero. Se a conversa não é mais possível, ou se só é possível dessa maneira, é sinal que chegou a hora de buscar uma figura neutra. Ela pode ser o profissional capacitado, que se incumbirá de dar o tom do tratamento e ouvirá os dois lados. Antes de chegar ao tratamento, outras figuras neutras importantes podem ser evocadas para facilitar o processo: um tio respeitado por todos, um amigo, o líder da comunidade, o padre, o pastor, enfim pessoas que gozem da confiança de todos os membros da família.

"Errar, errar de novo, errar melhor"A família no tratamento significa buscar um novo elo entre os seus membros. Um novo casamento, uma nova criação dos filhos, uma nova imagem do pai e da mãe. O caminho novo a seguir é incerto e por isso sujeito a erros. Muitos erros surgirão. Impossível não errar dentro de uma situação tão complexa como essa. Aliás só não cometem erros aqueles que nada tentam... A todo instante tais erros precisam ser conversados, discutidos a fundo entre os membros a equipe profissional que os assiste. Tratar o dependente não se resume à busca pela abstinência. É também a construção de um novo estilo de vida. Para o dependente e para a família.

Site Álcool e Drogas sem Distorção (www.einstein.br/alcooledrogas) / NEAD - Núcleo Einstein de Álcool e Drogas do Hospital Israelita Albert Einstein

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