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quinta-feira, 11 de setembro de 2014

DEZ MOTIVOS PARA NÃO LEGALIZAR A MACONHA

Apesar da permanente estratégia da chamada corrente progressista que insiste na descriminalização e legalização de drogas, cuja Comissão Comissão Global de Política sobre Drogas, encabeçada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, acaba de lançar um curta-metragem ( 3 minutos ), sob o título "Guerra ao Drugo", onde a metáfora pretende desconstruir a ideia da repressão e da criminalização das drogas, salientando a violência resultante da ação contra o dragão que simboliza as drogas, penso que não se pode se render totalmente ao dragão. Metáfora é uma coisa, realidade é outra totalmente distinta.
O perigo de descriminalizar e legalizar drogas é escancarar, ainda mais, a porta de entrada por onde mais e mais jovens ingressarão, num caminho quase sem volta, e iminente. Por isso apresento dez razões para, por exemplo, não legalizar o uso da maconha, ressalvados os reconhecidos casos de necessidade da cannabis para uso estritamente medicinal.
Aí estão os dez perigosos efeitos possíveis que poderão ser resultantes da legalização da maconha:
- aumento do consumo e do número de usuários e dependentes;
- crescimento de doenças psiquiátricas;
- aumento do número de internações em clínicas e hospitais;
- aumento do custo com despesas médico-hospitalares, através de verbas do SUS, para atender mais dependentes;
- legalização de mais um câncer social, já não bastasse todos os males causados pelo uso do álcool e do cigarro;
- porta aberta para os jovens no consumo de drogas mais pesadas, nocivas e até letais;
- incerteza quanto ao fim do estigma social;
- traficantes continuariam de posse de seus arsenais;
- criação de um mercado paralelo ao estado e aos concessionários legalmente estabelecidos, despertando, a possibilidade do contrabando e o interesse de cartéis internacionais das drogas, sendo o Brasil hoje não tão somente uma rota de passagem mas um país de grande consumo de maconha e cocaína;
- aumento do número de acidentes de trânsito pela mistura álcool+maconha+energéticos+direção.
Não bastasse isso selecionei aqui dois depoimentos de especialistas em drogas da área médica, para reforçar a tese da não legalização. Aí estão os depoimentos:
"Na década de 60, quando a concentração do THC (tetrahidrocanabinol), o princípio ativo da maconha, era bem menor, pesquisas já apontavam para o aumento de três vezes o risco do desenvolvimento de psicose esquizofrênica". Valentim Gentil Filho ( Professor de Psiquiatria da USP com doutorado em Psicofarmacologia Clínica pela Universidade de Londres )
"A maior preocupação é com o adolescente. Até os 22 anos o cérebro ainda está em formação e pode ser afetado pelo uso da maconha, reduzindo o QI e causando doenças psiquiátricas ". Fabricio Moreira ( Professor de Farmacologia do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG )
"Já é aceito, pela maioria dos psiquiatras, que fumar e ficar dependente da maconha, aumenta o risco de psicose no indivíduo, mais especificamente a esquizofrenia". Killian A. Welch ( Médico da Universidade de Edimburgo (Escócia )
Portanto, como se vê, descriminalizar drogas pode ser um autêntico tiro pela culatra. Uma emenda pior que o soneto. Quer queiramos ou não o que ainda segura um pouco a expansão do consumo de drogas é o seu caráter proibitivo. Não podemos deixar a juventude brasileira a mercê do "Dragão das Drogas". A melhor estratégia, na guerra contras as drogas, continua sendo a prevenção, a repressão qualificada e a internação para tratamento dos dependentes que realmente necessitam. Concomitantemente é preciso investir na prevenção primária contra a violência com escola de tempo integral. ensino profissionalizante, .programas sociais, emprego e geração de renda. Drogas não agregam valores sociais positivos.
Milton Corrêa da Costa é tenente coronel da reserva da PM do Rio de Janeiro e estudioso em violência urbana
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quarta-feira, 10 de setembro de 2014

UMA EM CADA SEIS PESSOAS QUE FUMAM MACONHA NA ADOLESCENCIA SE TORNA DEPENDENTE

Estudo é de Nora Volkow, uma das mais respeitadas pesquisadoras do mundo na questão das drogas
Revista Época - Cristiane Segatto
A psiquiatra Nora D. Volkow, diretora do Instituto Nacional sobre Abuso de Drogas dos Estados Unidos, acaba de prestar mais uma contribuição a um dos debates quentes e atuais na fronteira tênue entre saúde e justiça. Num momento em que tantos países – entre eles, o Brasil – discutem os prós e contras da legalização da maconha (para uso medicinal ou recreativo), Nora reuniu num artigo científico o conhecimento mais atualizado sobre os efeitos da droga.
Está lá um bom resumo do que se sabe hoje sobre os danos provocados pela maconha e sobre os possíveis benefícios no tratamento de doenças. O trabalho foi publicado ontem (05/06) no New England Journal of Medicine. Nesta coluna, destaco as principais conclusões da equipe de Nora, uma das mais respeitadas pesquisadoras sobre drogas em todo o mundo.
DEPENDÊNCIA
Cerca de 9% daqueles que experimentam maconha vão se tornar dependentes. Entre os que fumam maconha todos os dias, a taxa de dependentes chega a 50%. Um em cada seis garotos que começam a usar a droga na adolescência se torna dependente. A probabilidade de apresentarem sintomas de dependência dois anos após a primeira experiência é até quatro vezes mais elevada que a verificada entre os que começam a usar a droga na idade adulta.
DESENVOLVIMENTO DO CÉREBRO
O uso de maconha na adolescência é a grande preocupação dos especialistas. O desenvolvimento do cérebro só fica completo por volta dos 21 anos. Antes disso, ele é altamente vulnerável a agressões ambientais, como a exposição ao tetrahidrocanabinol (THC), um dos principais componentes da maconha.
SAÚDE MENTAL
Em vários estudos, o uso regular da droga foi associado a um risco mais elevado de desenvolvimento de ansiedade e depressão. Ainda não foi possível estabelecer uma relação de causa e efeito. Não se sabe se a maconha é, de fato, a causa dessas doenças. A droga também parece aumentar o risco de psicoses (entre elas, a esquizofrenia). Isso ocorre, em especial, entre as pessoas que já têm uma predisposição genética à doença. Em pessoas com esquizofrenia, a droga pode exacerbar a doença. Um estudo demonstrou que o uso regular de maconha pode antecipar o primeiro surto em até seis anos.
 DESEMPENHO ESCOLAR
A droga pode provocar falhas de memória que dificultam o aprendizado e capacidade de reter informações. Alguns estudos demonstram que os dependentes de maconha têm pior desempenho escolar e maior probabilidade de abandono dos estudos. Pode ocorrer também um déficit cognitivo. O QI (coeficiente de inteligência) dos que fumaram maconha com frequência durante a adolescência tende a ser mais baixo.
ACIDENTES DE TRÂNSITO
A exposição imediata ou frequente à maconha prejudica as habilidades motoras e aumenta o risco de acidentes de trânsito. Nos Estados Unidos, a maconha é a droga ilícita mais frequentemente associada a desastres nas ruas e estradas.
CÂNCER E OUTRAS DOENÇAS
O risco de tumores malignos em pessoas que fumam maconha continua não esclarecido. As evidências disponíveis sugerem que o risco de câncer é maior entre os que fumam tabaco. A maconha pode provocar inflamações nas vias aéreas e doenças crônicas como bronquite. A droga também tem sido associada a um risco mais elevado de problemas vasculares que podem provocar infarto e acidente vascular cerebral (AVC). Essa relação é complexa e ainda não está completamente esclarecida.
Como se vê, a crença de que fumar maconha é um prazer inofensivo não passa de mito. As evidências mais atuais reunidas por Nora podem contribuir para o debate sobre o uso recreativo da droga. Há um segundo debate, ainda mais doloroso, sobre o uso da maconha para fins medicinais.
Atualmente a importação de remédios feitos a partir de componentes da maconha não é liberada no Brasil. Só pode ocorrer com autorização judicial. Famílias de pacientes que sofrem com doenças graves (como epilepsia resistente a qualquer medicamento convencional) depositam esperança no tratamento com produtos como o spray Sativex, do laboratório britâncio GW Pharmaceuticals.
As famílias tinham a expectativa de que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberasse a importação de medicamentos como esse. No dia 29, a Anvisa decidiu adiar a decisão. É possível que a liberação de importação não saia tão cedo.
"No mercado, não há remédio só à base de canabidiol”, disse Dirceu Barbano, diretor-presidente da agência. “Mesmo que o canabidiol seja aprovado, as pessoas não poderão importar os medicamentos porque eles têm, em sua composição, outras substâncias proscritas." É o caso do Sativex. Além do canabidiol (CBD), ele contém THC.
Segundo Barbano, a agência não tem informações suficientes sobre os efeitos colaterais que o canabidiol possa provocar. “O CBD tem sido usado no Brasil em crianças e nós não detemos informações na literatura de qual é a consequência orgânica do uso de médio e longo prazo por crianças de diferentes idades. É dever da Anvisa evitar os efeitos colaterais e alertar sobre os riscos”.
No artigo publicado ontem, Nora relaciona o conhecimento mais recente sobre o papel da maconha no tratamento de doenças. Um resumo:
ESCLEROSE MÚLTIPLA
O spray oral Sativex, uma mistura de THC e CBD, demonstrou ser eficaz no tratamento da esclerose múltipla, da dor neuropática e de distúrbios do sono. Está disponível no Reino Unido, no Canadá e em outros países. Nos Estados Unidos, ainda não recebeu a aprovação da FDA, a agência que controla medicamentos.
GLAUCOMA
Há evidências de benefícios da maconha em pacientes com glaucoma, uma doença associada ao aumento da pressão no olho. A droga reduz a pressão intraocular, mas o efeito é transitório. Tratamentos convencionais já existentes são mais eficazes. A discussão persiste e outros estudos são necessários.
NÁUSEAS
Ajuda a combater náuseas provocadas pela quimioterapia. Foi um dos primeiros usos médicos do THC e outros canabinóides.
ANOREXIA
Relatos médicos indicam que a maconha melhora o apetite e favorece o ganho de peso em pessoas com aids. Faltam estudos de longo prazo que justifiquem a adoção de maconha por pacientes que tomam drogas contra o HIV.
DOR CRÔNICA
A maconha é usada há séculos para aliviar a dor. Tanto a maconha quanto o dronabinol, uma formulação farmacêutica à base de THC, são capazes de reduzir dores. O efeito proporcionado pelo dronabinol mostrou-se mais prolongado.
INFLAMAÇÃO
Os canabinóides (THC e canabidiol) têm efeito antiinflamatório. O canabidiol tem atraído especial interesse como tratamento porque não provoca efeitos psicoativos. Estudos com animais revelaram que o canabidiol pode se tornar um recurso promissor contra a artrite reumatoide e doenças intestinais inflamatórias, como colite e doença de Crohn.
EPILEPSIA
Uma pequena pesquisa realizada com pais de crianças que sofrem convulsões frequentes, publicada no ano passado, trouxe alguns dados. Participaram apenas 19 famílias que trataram os filhos com maconha com alto teor de canabidiol.
Duas famílias (11% da amostra) declararam que a criança ficou completamente livre de convulsões. Oito famílias (42%) observaram redução superior a 80% na frequência das crises. Seis famílias (32%) notaram redução de até 60% na frequência dos episódios.
Embora esses relatos sejam promissores, faltam informações sobre a segurança e a eficácia do uso de maconha no tratamento da epilepsia. Em animais, há cada vez mais evidências da contribuição do canabidiol como um agente antiepilético.
Diante do sofrimento de um filho, as famílias têm pressa. É compreensível que se sintam inconformadas com os trâmites burocráticos e as intermináveis reuniões das autoridades sanitárias.
A sociedade brasileira também tem pressa. Quer uma solução eficaz de combate ao tráfico de drogas. A legalização da maconha é defendida por gente séria e bem intencionada. O erro é tentar minimizar os danos à saúde que o fácil acesso à droga pode acarretar.
A maconha consumida hoje não é a mesma dos anos 60. A potência da droga (o conteúdo de THC) verificada em amostras confiscadas pela polícia americana não para de crescer. Nos anos 80, era de 3%. Em 2012, chegou a 12%. Não há razão para acreditar que a droga disponível no Brasil seja menos perigosa.
A maior permissividade cultural e social em relação à maconha aumentará o número de adolescentes expostos regularmente à droga? No caso de uso generalizado de maconha, quais serão os efeitos do fumo passivo? Ninguém sabe.
“O efeito de uma droga (legal ou ilegal) sobre a saúde individual não é determinada apenas por suas propriedades farmacológicas”, escreveu Nora. “Ela é determinada, também, pela sua disponibilidade e aceitação social.”
O tabaco e o álcool oferecem uma boa amostra do que pode acontecer. Juntos, eles respondem pela maior carga de doenças provocadas por drogas. Não porque eles sejam mais perigosos que as drogas ilegais, mas porque o status de droga legal aumenta a exposição da população a elas.
Estamos dispostos a pagar para ver com a moeda do desenvolvimento saudável?
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SEM FISCALIZAÇÃO, "CLÍNICAS PARA TRATAR" DEPENDENTES QUÍMICOS SE MULTIPLICAM

Para especialistas na área da saúde, maioria funciona de forma irregular.
Falta de regulamentação favorece clínicas clandestinas, diz psicólogo.
As clínicas para recuperação de dependentes químicos se multiplicam pelo país, mas faltam regras claras e fiscalização. Muitas dessas clínicas, em vez de ajudar, só pioram uma situação que já é um drama para o paciente e para família.
Por telefone, as promessas de tratamento: “Durante o dia são três reuniões que ele vai participar. É onde trata o físico, o mental e o espiritual né?”, diz um atendente.
Uma mulher que não quis ser identificada acreditou na conversa. Queria ver o marido recuperado da dependência química. “Me levaram na clínica mais bonita, com piscina, com tudo e, na verdade, depois eu descobri que o meu marido estava na clínica do lado. Que não tinha estrutura de nada”, conta.
A decepção e a revolta aumentaram quando ela descobriu que o tratamento era à base da agressão. “Eles batiam sem dó mesmo. Ou era ferro, ou era fogo. Eles não tinham dó de ninguém e, quando pegava para bater era sem piedade", diz o ex-internado.
O paciente estava em uma clínica em Sorocaba, interior de São Paulo, que foi interditada por falta de licença para funcionar.
Quanto mais dependentes químicos no país, maior o número de locais particulares dispostos a lucrar com o tratamento. Por isso, especialistas na área da saúde não têm dúvida de que a maioria das clinicas para recuperação de dependentes funciona de forma irregular.
A maioria das internações são involuntárias, quando a família interna o parente contra a vontade com base em um laudo psiquiátrico. “O laudo, às vezes, é feito por um médico contratado pela própria clínica, e portanto, há interesse da clínica em angariar pacientes. Por isso que é obrigatória a notificação do Ministério Público a cada internação involuntária", explica o promotor de Justiça Jorge Marum.
O problema é que as clinicas clandestinas não fazem esta comunicação às promotorias, o que caracteriza cárcere privado. Para o psicólogo Marcos Garcia, que faz parte da comissão de direitos humanos do Conselho Federal de Psicologia, falta regulamentação nesta área para evitar que as clinicas clandestinas continuem se multiplicando pelo país.
“O que se tentou durante muito tempo foi que se criassem outras alternativas, como a expansão das redes de atenção psicossocial. Mas, como este processo é lento, as respostas da sociedade civil, muitas vezes, vão se multiplicando à revelia do controle que é feito pelos órgãos da saúde e da assistência social”, afirma Garcia.
Uma tentativa mal sucedida de se livrar das drogas pode terminar em trauma, o que dificulta ainda mais a recuperação. "Quando ele dorme, ele fica falando: 'Não bate. Tira a mão de mim'. Ele Está aterrorizado", diz a mulher do ex-interno.
Existe uma resolução da Anvisa, que é de 2011, com normas para as clinicas de recuperação. Mas, segundo o conselho, é preciso ainda uma regulamentação pra que haja um controle maior. Donos e funcionários da clínica fechada em Sorocaba começam a ser ouvidos esta semana pela polícia e podem responder por tortura e cárcere privado.


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DICA DO BLOG: Antes de buscar "beleza" nos locais de tratamento verifique a documentação das  clínicas que devem apresentar pelo menos Alvará de Funcionamento Municipal, Alvará de Funcionamento VISA. Estes documentos garantem que a clínica é regularizada e portanto, passa por fiscalização constante.
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