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sábado, 9 de agosto de 2014

CIGARROS CONTRABANDEADOS TORNAM O TABAGISMO AINDA MAIS PERIGOSO: ENTENDA POR QUÊ

Pesquisa brasileira analisou 18 marcas contrabandeadas do Paraguai e mostra concentração ainda mais alta de metais cancerígenos e agentes de contaminação como colônias de ácaros e fungos.

Se de um lado o Brasil é considerado uma notável exceção no combate à epidemia tabagista no mundo, por outro, precisa lidar com o fato de que o cigarro contrabandeado já representar 30% do mercado brasileiro. A explosão do consumo de marcas ilegais que entram com facilidade pelas fronteiras do país – a Receita Federal só consegue apreender entre 5% a 10% dos cigarros contrabandeados – agrava os problemas de saúde da população que fuma. Segundo o Ministério da Saúde, o tabagismo é responsável por 200 mil mortes por ano no país.
Pesquisa desenvolvida desde 2012 na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) desvenda o que está por trás desse cigarro que vem do Paraguai: pêlo de animais, terra, areia vestígios de plásticos, restos de insetos, colônias de fungos, ácaros e metais cancerígenos como chumbo, cádmio, níquel, cromo e manganês. Um dado assustador mostra que algumas marcas contrabandeadas têm quantidade de chumbo 116 superior à encontrada nas que são vendidas legalmente no Brasil. Para quem não sabe, o chumbo é um metal extremamente tóxico relacionado, inclusive, à malformação de fetos. Outro exemplo é a quantidade de nicotina de um cigarro paraguaio ser de dez a 20 vezes superior do produto nacional. (veja outros resultados ao final da matéria).
Pela primeira vez, a população brasileira tem informações inéditas de dados quantitativos e valores exatos de agentes de contaminação e metais pesados tóxicos encontrados após análise científica rigorosa. “Se para a saúde já é ruim o cigarro legalizado, esses dados mostram quão mais danosos são os ilegais. Antes desse trabalho, apenas ouvíamos, de forma generalizada, que o produto ilegal era pior. Agora, podemos provar que são mais perigosos”, alerta o coordenador do Grupo de Pesquisa Química Analítica Ambiental e Sanitária (QAAS) da UEPG, Sandro Xavier de Campos.
O trabalho, que se vai se estender até 2015, envolve sete pesquisadores e a avaliação de 18 marcas, traz à tona outro dilema: “Quem fuma já sabe os malefícios do cigarro. Essa relação com o vício é psicológica, a pessoa se sente angustiada por não conseguir sair disso. Se o preço do cigarro aumenta, ela precisa gastar mais para sustentar a dependência. Comprar um produto mais barato pode diminuir um pouco essa angústia, a autocobrança. Um peso grande para o viciado é o dinheiro que se gasta”, reflete Sandro.
Isso porque, entre as medidas adotadas pelo governo brasileiro nos últimos anos, está a que acarretou no aumento do preço do cigarro em função da elevação de impostos. Em dezembro de 2011, foi criado um novo modelo tributário e, em dois anos, o preço do cigarro mais barato subiu 60%, de R$ 2,50 para R$ 4,00. “É um movimento mundial de políticas antitabagistas. Em países europeus também têm crescido o consumo de cigarro contrabandeado e um dos fatores principais é a taxação”, pontua o especialista.
Na pesquisa, os nomes das marcas não foram divulgados. Mestrando em química aplicada da UEPG, Cleber Pinto da Silva é o autor do trabalho. Ele esclarece que citar os nomes poderia gerar uma comparação entre as marcas avaliadas e o objetivo está longe de ser esse. “O mais importante é o fumante entender que, ao optar por um cigarro paraguaio, ele está se expondo a riscos maiores de desenvolver doenças relacionadas ao tabagismo”, diz. O pesquisador explica que, se o cigarro contrabandeado tem duas vezes mais chumbo comparado às marcas nacionais, significa dizer que o fumante vai absorver mais esse metal. "Quanto mais poluente e mais metal, maior a probabilidade de desenvolver um problema de saúde”, alerta. Segundo ele, as enfermidades relacionadas ao tabagismo – câncer, doenças respiratórias e cardíacas - são as que mais matam no mundo atualmente. “A relação com o câncer de pulmão é de 90%”, afirma.
A pesquisa da UEPG avaliou também as duas marcas nacionais mais vendidas no Brasil para comprovar que elas são “mais seguras” do ponto de vista de rigor na produção. “Qualquer cigarro, tanto nacional quanto paraguaio, faz mal a saúde”, reforça Cleber. Para se ter uma ideia, a quantidade de nicotina de um cigarro paraguaio é de dez a vinte vezes mais que do nacional. O especialista conta que só conseguiu achar um pedaço de plástico, muito pequeno, em apenas um cigarro das marcas brasileiras avaliadas. “A probabilidade é de 99% de achar algum elemento no cigarro paraguaio. A gente encontrou a ponta de um filtro inundada de ácaros, isso vai direto para o pulmão”, alerta. Lembrando que, no Paraguai, esse produto é legalizado e tem, inclusive, registro.
ENTENDA O IMPACTO NA SAÚDE:
Cleber Pinto da Silva explica que cada cigarro produzido em diversas partes do mundo tem uma quantidade específica de metais. Dessa forma, a pesquisa comparou o cigarro contrabandeado do Paraguai não apenas com os nacionais, mas com marcas já avaliadas em pesquisas internacionais.
Cromo
Uma das marcas analisadas que corresponde a 12,99% das apreensões no Brasil apresentou níveis de cromo muito superiores a qualquer estudo já realizado. A concentração encontrada foi 11 vezes maior do que os valores máximos das falsificações do Reino Unido e acima de 33 vezes ao relatado em estudos com cigarros comercializados legalmente no Brasil.
Vários estudos apontam o Cromo como um dos possíveis responsáveis pela causa nas dificuldades na respiração, tosse, formação de úlceras, bronquite crônica, diminuição da função dos pulmões, pneumonia e alguns tipos de câncer.
Chumbo
Outras marcas apresentaram o dobro de chumbo do que o valor médio encontrado em cigarros comercializados legalmente em países como o Paquistão e valores superiores a 116 vezes ao encontrado, em média, em cigarros vendidos legalmente no Brasil.
O chumbo é um metal extremamente tóxico e pode afetar cérebro, rins e sistema nervoso. Pesquisas relacionam o aumento nos níveis desse metal com a redução do quociente de inteligência e, recentemente, associaram o chumbo presente no tabaco ao mau desenvolvimento de fetos.
Níquel
A concentração de níquel encontrada em algumas amostras foi três vezes superior ao relatado em pesquisas de diversos países como Índia e China. Considerando essa média de concentração e supondo que uma pessoa consuma 20 cigarros por dia, a quantidade de níquel absorvido será 10 vezes superior ao de um fumante que consome cigarros legalizados no Brasil.
O níquel é um agente altamente genotóxico e pode causar mutações no DNA, alergias de pele, fibrose pulmonar, problemas nos rins e envenenamento do sistema cardiovascular.
Manganês
Duas das marcas analisadas (correspondentes a mais de 14% do volume de contrabando apreendido) apresentaram concentrações de manganês acima de seis vezes ao encontrado em cigarros comercializados legalmente no Paquistão.
O manganês em altas concentrações pode gerar um grave quadro toxicológico e pode causar uma doença conhecida como manganismo, com sintomas semelhantes ao Parkinson. Por ser neurotóxico, pode estar associado ao desenvolvimento de doenças neurodegenerativas.
pH dos cigarros
Resultados preliminares com sete marcas de cigarros contrabandeados mostram pH básico, ou seja, acima de 7.
Estudos realizados na Europa e EUA indicam que o pH influencia na absorção da nicotina e quanto mais básico é o cigarro mais nicotina é disponibilizada para absorção do organismo.
Marcas mais vendidas no país:
Eight: 36,5% / 416,1 milhões de maços (8,322 bilhões de cigarros)
Classic: 9,6% / 109,44 milhões de maços (2,188 bilhões de cigarros)
San Marino: 7,5% / 85,5 milhões de maços (1,7 bilhão de cigarros)
Bill: 4,7% / 53,58 milhões de maços (1,07 bilhão de cigarros)
US Mild: 4,6% / 52,44 milhões de maços (1,05 bilhão de cigarros)


FONTE: Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF). / Diário de Pernambuco
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