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sexta-feira, 7 de novembro de 2014

AÇÃO DE PREVENÇÃO AO USO DE DROGAS NAS ESCOLAS COMEÇA A SER DISCUTIDA

Comissão aprova inclusão da família e comunidade nas ações contra drogas em escolas

Agência Câmara de Notícias
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A Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado aprovou na última quarta-feira (29) o Projeto de Lei 2046/11, da deputada Iracema Portella (PP-PI), que define critérios para a implantação de ações pedagógicas de prevenção ao uso de drogas em escolas públicas e privadas.
Reprodução/TV Câmara

Rosane Ferreira: a base da solução para o problema das drogas está na família e na comunidade.
O parecer da relatora, deputada Rosane Ferreira (PV-PR), foi favorável à proposta. “Se temos a pretensão de enfrentar essa verdadeira epidemia que assola o mundo inteiro e que tem levado à destruição de muitas vidas, a base da solução está no ambiente familiar e na comunidade nas quais se inserem o usuário e o dependente de drogas”, afirmou.
Segundo a proposta, essas ações deverão respeitar sete regras:
– incluir a família e a comunidade;
– ser realizada considerando a necessária integração das ações dos órgãos e entidades públicas e privadas nas áreas de saúde, sexualidade, planejamento familiar, educação, trabalho, assistência social, previdência social, habitação, cultura, desporto e lazer;
– promover a ampla participação social na sua formulação;
– desenvolver a capacitação dos profissionais da educação para a prevenção ao uso de drogas;
– habilitar os professores e profissionais de saúde a identificar os sinais relativos à ingestão abusiva de álcool e de outras drogas e o seu devido encaminhamento;
– valorizar as parcerias com instituições religiosas, associações e organizações não governamentais para o planejamento e execução das campanhas de prevenção; e
– promover a avaliação das campanhas.
O texto altera a Lei 11.343/06, que Institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas (Sisnad) e prevê a implantação de projetos pedagógicos de prevenção do uso indevido de drogas, nas escolas, alinhados às Diretrizes Curriculares Nacionais e aos conhecimentos relacionados a drogas.
Tramitação
O projeto tramita em caráter conclusivo e será analisado agora pelas comissões de Educação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.
Íntegra da proposta:
•PL-2046/2011
Reportagem – Lara Haje
Edição – Rachel Librelon
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BUSCAR TRATAMENTO PARA MENORES DE 18 ANOS É DIFICIL

Internação de dependentes químicos exclui adolescentes e deixa 30% fora

Em Campinas, um em cada três que buscam ajuda é menor de idade.
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O programa do governo do estado só atende usuários a partir de 18 anos.
Do G1 Campinas e Região
Entre os dependentes químicos que procuram ajuda para se livrar das drogas em Campinas (SP), 30% são adolescentes, de acordo com a Coordenadoria de Prevenção às Drogas da cidade. De janeiro a outubro deste ano foram cerca de 150 meninos e meninas nessa situação. Mas as famílias que buscam locais na rede pública para internar os menores para tratamento não encontram e voltam para casa sem esperança. O Programa Recomeço do governo do estado, que financia as internações em clínicas, só atende maiores de 18 anos e não há ajuda gratuita equivalente na cidade.
Os adolescentes que procuram o tratamento por meio de internação diretamente na coordenadoria são orientados a buscar atendimento nos serviços de saúde, como os Centros de Atenção Psicossocial (CAPs). O problema é que nesses locais é oferecido um tratamento ambulatorial, no qual o jovem volta para casa.
De acordo com a Prefeitura, as atividades seguem o Estatuto da Criança e do Adolescente, que orienta que os menores não podem ser retirados do convívio da família e da comunidade. Além disso, a administração afirma que o programa dos CAPs atende a demanda da cidade.
Segundo o coordenador do programa de prevenção, Nelson Hossri, um projeto semelhante ao Recomeço está sendo discutido com o governo estado para que menores de 18 anos tenham direito à internação em 2015.
Esperança na internação
Para um dos internos do Instituto Padre Haroldo, em Campinas, o tratamento intensivo poderia ter feito diferença na luta contra as drogas. O homem, que preferiu não ser identificado, começou a usar entorpecentes com 10 anos de idade e há 20 anos é dependente. "Eu estaria salvo, como estou hoje", conta o interno.
Ter menores usando drogas na família interfere na vida de todos. Uma mãe, que também não quis ter a identidade revelada, teve dois filhos, de 14 e 16 anos envolvidos com drogas. "A casa eles quebravam, levavam o que dava, brigavam entre si", afirma. Ela conseguiu tratamento para um dos filhos após uma avaliação médica e uma briga na Justiça, o caminho para ter direito a internação no caso de adolescentes.
"No Juizado da Infância e Juventude eu falei - o que posso fazer? Eles precisam de tratamento, psiquiatra, psicólogo, porque é um distúrbio. Hoje eles não estariam do jeito que estão", desabafa. Um dos filhos está preso e o outro saiu da cidade depois que deixou a clínica.
Indicação
A internação não é indicada para todos os casos de dependência de entorpecentes, de acordo com a o programa municipal. Somente nas situações de vício em que há a necessidade de respeitar o período de abstinência, que esse tratamento garante. Mas é, de fato, um distúrbio que precisa de acompanhamento especializado, segundo o psiquiatra Geraldo José Ballone.
"Todos nós sabemos que ambulatoriamente não se garante abstinência. Ideal seria se pudesse pegar o menor e conduzí-lo a um tratamento de internação rapidamente e precocemente, tão precoce quanto está sendo o problema dele", explica Ballone.
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quinta-feira, 11 de setembro de 2014

DEZ MOTIVOS PARA NÃO LEGALIZAR A MACONHA

Apesar da permanente estratégia da chamada corrente progressista que insiste na descriminalização e legalização de drogas, cuja Comissão Comissão Global de Política sobre Drogas, encabeçada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, acaba de lançar um curta-metragem ( 3 minutos ), sob o título "Guerra ao Drugo", onde a metáfora pretende desconstruir a ideia da repressão e da criminalização das drogas, salientando a violência resultante da ação contra o dragão que simboliza as drogas, penso que não se pode se render totalmente ao dragão. Metáfora é uma coisa, realidade é outra totalmente distinta.
O perigo de descriminalizar e legalizar drogas é escancarar, ainda mais, a porta de entrada por onde mais e mais jovens ingressarão, num caminho quase sem volta, e iminente. Por isso apresento dez razões para, por exemplo, não legalizar o uso da maconha, ressalvados os reconhecidos casos de necessidade da cannabis para uso estritamente medicinal.
Aí estão os dez perigosos efeitos possíveis que poderão ser resultantes da legalização da maconha:
- aumento do consumo e do número de usuários e dependentes;
- crescimento de doenças psiquiátricas;
- aumento do número de internações em clínicas e hospitais;
- aumento do custo com despesas médico-hospitalares, através de verbas do SUS, para atender mais dependentes;
- legalização de mais um câncer social, já não bastasse todos os males causados pelo uso do álcool e do cigarro;
- porta aberta para os jovens no consumo de drogas mais pesadas, nocivas e até letais;
- incerteza quanto ao fim do estigma social;
- traficantes continuariam de posse de seus arsenais;
- criação de um mercado paralelo ao estado e aos concessionários legalmente estabelecidos, despertando, a possibilidade do contrabando e o interesse de cartéis internacionais das drogas, sendo o Brasil hoje não tão somente uma rota de passagem mas um país de grande consumo de maconha e cocaína;
- aumento do número de acidentes de trânsito pela mistura álcool+maconha+energéticos+direção.
Não bastasse isso selecionei aqui dois depoimentos de especialistas em drogas da área médica, para reforçar a tese da não legalização. Aí estão os depoimentos:
"Na década de 60, quando a concentração do THC (tetrahidrocanabinol), o princípio ativo da maconha, era bem menor, pesquisas já apontavam para o aumento de três vezes o risco do desenvolvimento de psicose esquizofrênica". Valentim Gentil Filho ( Professor de Psiquiatria da USP com doutorado em Psicofarmacologia Clínica pela Universidade de Londres )
"A maior preocupação é com o adolescente. Até os 22 anos o cérebro ainda está em formação e pode ser afetado pelo uso da maconha, reduzindo o QI e causando doenças psiquiátricas ". Fabricio Moreira ( Professor de Farmacologia do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG )
"Já é aceito, pela maioria dos psiquiatras, que fumar e ficar dependente da maconha, aumenta o risco de psicose no indivíduo, mais especificamente a esquizofrenia". Killian A. Welch ( Médico da Universidade de Edimburgo (Escócia )
Portanto, como se vê, descriminalizar drogas pode ser um autêntico tiro pela culatra. Uma emenda pior que o soneto. Quer queiramos ou não o que ainda segura um pouco a expansão do consumo de drogas é o seu caráter proibitivo. Não podemos deixar a juventude brasileira a mercê do "Dragão das Drogas". A melhor estratégia, na guerra contras as drogas, continua sendo a prevenção, a repressão qualificada e a internação para tratamento dos dependentes que realmente necessitam. Concomitantemente é preciso investir na prevenção primária contra a violência com escola de tempo integral. ensino profissionalizante, .programas sociais, emprego e geração de renda. Drogas não agregam valores sociais positivos.
Milton Corrêa da Costa é tenente coronel da reserva da PM do Rio de Janeiro e estudioso em violência urbana
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quarta-feira, 10 de setembro de 2014

UMA EM CADA SEIS PESSOAS QUE FUMAM MACONHA NA ADOLESCENCIA SE TORNA DEPENDENTE

Estudo é de Nora Volkow, uma das mais respeitadas pesquisadoras do mundo na questão das drogas
Revista Época - Cristiane Segatto
A psiquiatra Nora D. Volkow, diretora do Instituto Nacional sobre Abuso de Drogas dos Estados Unidos, acaba de prestar mais uma contribuição a um dos debates quentes e atuais na fronteira tênue entre saúde e justiça. Num momento em que tantos países – entre eles, o Brasil – discutem os prós e contras da legalização da maconha (para uso medicinal ou recreativo), Nora reuniu num artigo científico o conhecimento mais atualizado sobre os efeitos da droga.
Está lá um bom resumo do que se sabe hoje sobre os danos provocados pela maconha e sobre os possíveis benefícios no tratamento de doenças. O trabalho foi publicado ontem (05/06) no New England Journal of Medicine. Nesta coluna, destaco as principais conclusões da equipe de Nora, uma das mais respeitadas pesquisadoras sobre drogas em todo o mundo.
DEPENDÊNCIA
Cerca de 9% daqueles que experimentam maconha vão se tornar dependentes. Entre os que fumam maconha todos os dias, a taxa de dependentes chega a 50%. Um em cada seis garotos que começam a usar a droga na adolescência se torna dependente. A probabilidade de apresentarem sintomas de dependência dois anos após a primeira experiência é até quatro vezes mais elevada que a verificada entre os que começam a usar a droga na idade adulta.
DESENVOLVIMENTO DO CÉREBRO
O uso de maconha na adolescência é a grande preocupação dos especialistas. O desenvolvimento do cérebro só fica completo por volta dos 21 anos. Antes disso, ele é altamente vulnerável a agressões ambientais, como a exposição ao tetrahidrocanabinol (THC), um dos principais componentes da maconha.
SAÚDE MENTAL
Em vários estudos, o uso regular da droga foi associado a um risco mais elevado de desenvolvimento de ansiedade e depressão. Ainda não foi possível estabelecer uma relação de causa e efeito. Não se sabe se a maconha é, de fato, a causa dessas doenças. A droga também parece aumentar o risco de psicoses (entre elas, a esquizofrenia). Isso ocorre, em especial, entre as pessoas que já têm uma predisposição genética à doença. Em pessoas com esquizofrenia, a droga pode exacerbar a doença. Um estudo demonstrou que o uso regular de maconha pode antecipar o primeiro surto em até seis anos.
 DESEMPENHO ESCOLAR
A droga pode provocar falhas de memória que dificultam o aprendizado e capacidade de reter informações. Alguns estudos demonstram que os dependentes de maconha têm pior desempenho escolar e maior probabilidade de abandono dos estudos. Pode ocorrer também um déficit cognitivo. O QI (coeficiente de inteligência) dos que fumaram maconha com frequência durante a adolescência tende a ser mais baixo.
ACIDENTES DE TRÂNSITO
A exposição imediata ou frequente à maconha prejudica as habilidades motoras e aumenta o risco de acidentes de trânsito. Nos Estados Unidos, a maconha é a droga ilícita mais frequentemente associada a desastres nas ruas e estradas.
CÂNCER E OUTRAS DOENÇAS
O risco de tumores malignos em pessoas que fumam maconha continua não esclarecido. As evidências disponíveis sugerem que o risco de câncer é maior entre os que fumam tabaco. A maconha pode provocar inflamações nas vias aéreas e doenças crônicas como bronquite. A droga também tem sido associada a um risco mais elevado de problemas vasculares que podem provocar infarto e acidente vascular cerebral (AVC). Essa relação é complexa e ainda não está completamente esclarecida.
Como se vê, a crença de que fumar maconha é um prazer inofensivo não passa de mito. As evidências mais atuais reunidas por Nora podem contribuir para o debate sobre o uso recreativo da droga. Há um segundo debate, ainda mais doloroso, sobre o uso da maconha para fins medicinais.
Atualmente a importação de remédios feitos a partir de componentes da maconha não é liberada no Brasil. Só pode ocorrer com autorização judicial. Famílias de pacientes que sofrem com doenças graves (como epilepsia resistente a qualquer medicamento convencional) depositam esperança no tratamento com produtos como o spray Sativex, do laboratório britâncio GW Pharmaceuticals.
As famílias tinham a expectativa de que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberasse a importação de medicamentos como esse. No dia 29, a Anvisa decidiu adiar a decisão. É possível que a liberação de importação não saia tão cedo.
"No mercado, não há remédio só à base de canabidiol”, disse Dirceu Barbano, diretor-presidente da agência. “Mesmo que o canabidiol seja aprovado, as pessoas não poderão importar os medicamentos porque eles têm, em sua composição, outras substâncias proscritas." É o caso do Sativex. Além do canabidiol (CBD), ele contém THC.
Segundo Barbano, a agência não tem informações suficientes sobre os efeitos colaterais que o canabidiol possa provocar. “O CBD tem sido usado no Brasil em crianças e nós não detemos informações na literatura de qual é a consequência orgânica do uso de médio e longo prazo por crianças de diferentes idades. É dever da Anvisa evitar os efeitos colaterais e alertar sobre os riscos”.
No artigo publicado ontem, Nora relaciona o conhecimento mais recente sobre o papel da maconha no tratamento de doenças. Um resumo:
ESCLEROSE MÚLTIPLA
O spray oral Sativex, uma mistura de THC e CBD, demonstrou ser eficaz no tratamento da esclerose múltipla, da dor neuropática e de distúrbios do sono. Está disponível no Reino Unido, no Canadá e em outros países. Nos Estados Unidos, ainda não recebeu a aprovação da FDA, a agência que controla medicamentos.
GLAUCOMA
Há evidências de benefícios da maconha em pacientes com glaucoma, uma doença associada ao aumento da pressão no olho. A droga reduz a pressão intraocular, mas o efeito é transitório. Tratamentos convencionais já existentes são mais eficazes. A discussão persiste e outros estudos são necessários.
NÁUSEAS
Ajuda a combater náuseas provocadas pela quimioterapia. Foi um dos primeiros usos médicos do THC e outros canabinóides.
ANOREXIA
Relatos médicos indicam que a maconha melhora o apetite e favorece o ganho de peso em pessoas com aids. Faltam estudos de longo prazo que justifiquem a adoção de maconha por pacientes que tomam drogas contra o HIV.
DOR CRÔNICA
A maconha é usada há séculos para aliviar a dor. Tanto a maconha quanto o dronabinol, uma formulação farmacêutica à base de THC, são capazes de reduzir dores. O efeito proporcionado pelo dronabinol mostrou-se mais prolongado.
INFLAMAÇÃO
Os canabinóides (THC e canabidiol) têm efeito antiinflamatório. O canabidiol tem atraído especial interesse como tratamento porque não provoca efeitos psicoativos. Estudos com animais revelaram que o canabidiol pode se tornar um recurso promissor contra a artrite reumatoide e doenças intestinais inflamatórias, como colite e doença de Crohn.
EPILEPSIA
Uma pequena pesquisa realizada com pais de crianças que sofrem convulsões frequentes, publicada no ano passado, trouxe alguns dados. Participaram apenas 19 famílias que trataram os filhos com maconha com alto teor de canabidiol.
Duas famílias (11% da amostra) declararam que a criança ficou completamente livre de convulsões. Oito famílias (42%) observaram redução superior a 80% na frequência das crises. Seis famílias (32%) notaram redução de até 60% na frequência dos episódios.
Embora esses relatos sejam promissores, faltam informações sobre a segurança e a eficácia do uso de maconha no tratamento da epilepsia. Em animais, há cada vez mais evidências da contribuição do canabidiol como um agente antiepilético.
Diante do sofrimento de um filho, as famílias têm pressa. É compreensível que se sintam inconformadas com os trâmites burocráticos e as intermináveis reuniões das autoridades sanitárias.
A sociedade brasileira também tem pressa. Quer uma solução eficaz de combate ao tráfico de drogas. A legalização da maconha é defendida por gente séria e bem intencionada. O erro é tentar minimizar os danos à saúde que o fácil acesso à droga pode acarretar.
A maconha consumida hoje não é a mesma dos anos 60. A potência da droga (o conteúdo de THC) verificada em amostras confiscadas pela polícia americana não para de crescer. Nos anos 80, era de 3%. Em 2012, chegou a 12%. Não há razão para acreditar que a droga disponível no Brasil seja menos perigosa.
A maior permissividade cultural e social em relação à maconha aumentará o número de adolescentes expostos regularmente à droga? No caso de uso generalizado de maconha, quais serão os efeitos do fumo passivo? Ninguém sabe.
“O efeito de uma droga (legal ou ilegal) sobre a saúde individual não é determinada apenas por suas propriedades farmacológicas”, escreveu Nora. “Ela é determinada, também, pela sua disponibilidade e aceitação social.”
O tabaco e o álcool oferecem uma boa amostra do que pode acontecer. Juntos, eles respondem pela maior carga de doenças provocadas por drogas. Não porque eles sejam mais perigosos que as drogas ilegais, mas porque o status de droga legal aumenta a exposição da população a elas.
Estamos dispostos a pagar para ver com a moeda do desenvolvimento saudável?
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SEM FISCALIZAÇÃO, "CLÍNICAS PARA TRATAR" DEPENDENTES QUÍMICOS SE MULTIPLICAM

Para especialistas na área da saúde, maioria funciona de forma irregular.
Falta de regulamentação favorece clínicas clandestinas, diz psicólogo.
As clínicas para recuperação de dependentes químicos se multiplicam pelo país, mas faltam regras claras e fiscalização. Muitas dessas clínicas, em vez de ajudar, só pioram uma situação que já é um drama para o paciente e para família.
Por telefone, as promessas de tratamento: “Durante o dia são três reuniões que ele vai participar. É onde trata o físico, o mental e o espiritual né?”, diz um atendente.
Uma mulher que não quis ser identificada acreditou na conversa. Queria ver o marido recuperado da dependência química. “Me levaram na clínica mais bonita, com piscina, com tudo e, na verdade, depois eu descobri que o meu marido estava na clínica do lado. Que não tinha estrutura de nada”, conta.
A decepção e a revolta aumentaram quando ela descobriu que o tratamento era à base da agressão. “Eles batiam sem dó mesmo. Ou era ferro, ou era fogo. Eles não tinham dó de ninguém e, quando pegava para bater era sem piedade", diz o ex-internado.
O paciente estava em uma clínica em Sorocaba, interior de São Paulo, que foi interditada por falta de licença para funcionar.
Quanto mais dependentes químicos no país, maior o número de locais particulares dispostos a lucrar com o tratamento. Por isso, especialistas na área da saúde não têm dúvida de que a maioria das clinicas para recuperação de dependentes funciona de forma irregular.
A maioria das internações são involuntárias, quando a família interna o parente contra a vontade com base em um laudo psiquiátrico. “O laudo, às vezes, é feito por um médico contratado pela própria clínica, e portanto, há interesse da clínica em angariar pacientes. Por isso que é obrigatória a notificação do Ministério Público a cada internação involuntária", explica o promotor de Justiça Jorge Marum.
O problema é que as clinicas clandestinas não fazem esta comunicação às promotorias, o que caracteriza cárcere privado. Para o psicólogo Marcos Garcia, que faz parte da comissão de direitos humanos do Conselho Federal de Psicologia, falta regulamentação nesta área para evitar que as clinicas clandestinas continuem se multiplicando pelo país.
“O que se tentou durante muito tempo foi que se criassem outras alternativas, como a expansão das redes de atenção psicossocial. Mas, como este processo é lento, as respostas da sociedade civil, muitas vezes, vão se multiplicando à revelia do controle que é feito pelos órgãos da saúde e da assistência social”, afirma Garcia.
Uma tentativa mal sucedida de se livrar das drogas pode terminar em trauma, o que dificulta ainda mais a recuperação. "Quando ele dorme, ele fica falando: 'Não bate. Tira a mão de mim'. Ele Está aterrorizado", diz a mulher do ex-interno.
Existe uma resolução da Anvisa, que é de 2011, com normas para as clinicas de recuperação. Mas, segundo o conselho, é preciso ainda uma regulamentação pra que haja um controle maior. Donos e funcionários da clínica fechada em Sorocaba começam a ser ouvidos esta semana pela polícia e podem responder por tortura e cárcere privado.


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DICA DO BLOG: Antes de buscar "beleza" nos locais de tratamento verifique a documentação das  clínicas que devem apresentar pelo menos Alvará de Funcionamento Municipal, Alvará de Funcionamento VISA. Estes documentos garantem que a clínica é regularizada e portanto, passa por fiscalização constante.
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sábado, 9 de agosto de 2014

ALCOOLISMO AFASTOU QUASE 100 MIL DO EMPREGO NOS ÚLTIMOS 6 ANOS

Doença rompe ligação com a família e com o trabalho.
Em 2013,16.480 pessoas foram afastadas por causa da doença.
 Nos últimos seis anos quase 100 mil brasileiros se afastaram do emprego ou foram demitidos por causa do alcoolismo, afirma o Ministério da Previdência. A doença é grave e costuma romper a ligação que os dependentes tinham com a família e com o trabalho.
O primeiro passo do ajudante de frete José Robério foi admitir que o problema existia. O segundo, procurar ajuda e, a partir daí, resistir, segurar, enganar a vontade de beber. Ele não bebe há 40 dias “Pretendo continuar assim, sem bebida alcoólica”, afirma.
O comerciante Paulo Chaves, dono de um botequim, faz o pedido semanal para repor o estoque. São R$ 500 em compras só de bebidas alcoólicas. As chamadas bebidas quentes, como a cachaça, são as mais vendidas. Ele diz que quem busca uma desculpa para beber, encontra muitas: “Está bebendo porque fez um mal negócio ou porque está chateado ou porque bebeu demais no dia anterior, tem que beber uma para sarar a ressaca. Tem essas coisas”.
“Acaba sendo gerado um problema para a Previdência em termos financeiros. A pessoa deixa de contribuir para a Previdência, porque está com direito a benefício e ainda gera despesa com o benefício”, explica Alexandre Zioli, coordenador de atuária do Ministério da Previdência Social.
Um homem que sofre com o alcoolismo e prefere não se identificar conta que o encontro com o álcool foi um azar. Ele tinha 14 anos e estava começando a vida profissional em um grande banco. Hoje, aos 45 anos, trabalha como ambulante: "Enquanto eu estava bebendo, eu não parei em lugar nenhum. O álcool foi extremamente massacrante e impeditivo de que eu viesse a ser um ser de produção".
Mesmo sem beber há 13 anos, ele ainda não conseguiu restabelecer os vínculos familiares. "Eu, particularmente, sou extremamente só", relata.
Segundo a psicóloga Janete Pinheiro, que trabalha em uma clínica de reabilitação, a tolerância das famílias tem limite e aconselha que elas procurem ajuda para evitar um mal que pode ser ainda maior: o abandono do parente. “Sozinho esse caminho é bastante tortuoso porque ele ainda tem muito desejo de beber. Então, ele vai ficar brigando com isso. Entre andar nas pedras e beber sempre foi mais fácil beber”, orienta a especialista.
Em 2009, 13.797 pessoas foram afastadas do trabalho e receberam auxílio-doença por causa do alcoolismo. No ano passado, o número saltou para 16.480 afastamentos.


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CIGARROS CONTRABANDEADOS TORNAM O TABAGISMO AINDA MAIS PERIGOSO: ENTENDA POR QUÊ

Pesquisa brasileira analisou 18 marcas contrabandeadas do Paraguai e mostra concentração ainda mais alta de metais cancerígenos e agentes de contaminação como colônias de ácaros e fungos.

Se de um lado o Brasil é considerado uma notável exceção no combate à epidemia tabagista no mundo, por outro, precisa lidar com o fato de que o cigarro contrabandeado já representar 30% do mercado brasileiro. A explosão do consumo de marcas ilegais que entram com facilidade pelas fronteiras do país – a Receita Federal só consegue apreender entre 5% a 10% dos cigarros contrabandeados – agrava os problemas de saúde da população que fuma. Segundo o Ministério da Saúde, o tabagismo é responsável por 200 mil mortes por ano no país.
Pesquisa desenvolvida desde 2012 na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) desvenda o que está por trás desse cigarro que vem do Paraguai: pêlo de animais, terra, areia vestígios de plásticos, restos de insetos, colônias de fungos, ácaros e metais cancerígenos como chumbo, cádmio, níquel, cromo e manganês. Um dado assustador mostra que algumas marcas contrabandeadas têm quantidade de chumbo 116 superior à encontrada nas que são vendidas legalmente no Brasil. Para quem não sabe, o chumbo é um metal extremamente tóxico relacionado, inclusive, à malformação de fetos. Outro exemplo é a quantidade de nicotina de um cigarro paraguaio ser de dez a 20 vezes superior do produto nacional. (veja outros resultados ao final da matéria).
Pela primeira vez, a população brasileira tem informações inéditas de dados quantitativos e valores exatos de agentes de contaminação e metais pesados tóxicos encontrados após análise científica rigorosa. “Se para a saúde já é ruim o cigarro legalizado, esses dados mostram quão mais danosos são os ilegais. Antes desse trabalho, apenas ouvíamos, de forma generalizada, que o produto ilegal era pior. Agora, podemos provar que são mais perigosos”, alerta o coordenador do Grupo de Pesquisa Química Analítica Ambiental e Sanitária (QAAS) da UEPG, Sandro Xavier de Campos.
O trabalho, que se vai se estender até 2015, envolve sete pesquisadores e a avaliação de 18 marcas, traz à tona outro dilema: “Quem fuma já sabe os malefícios do cigarro. Essa relação com o vício é psicológica, a pessoa se sente angustiada por não conseguir sair disso. Se o preço do cigarro aumenta, ela precisa gastar mais para sustentar a dependência. Comprar um produto mais barato pode diminuir um pouco essa angústia, a autocobrança. Um peso grande para o viciado é o dinheiro que se gasta”, reflete Sandro.
Isso porque, entre as medidas adotadas pelo governo brasileiro nos últimos anos, está a que acarretou no aumento do preço do cigarro em função da elevação de impostos. Em dezembro de 2011, foi criado um novo modelo tributário e, em dois anos, o preço do cigarro mais barato subiu 60%, de R$ 2,50 para R$ 4,00. “É um movimento mundial de políticas antitabagistas. Em países europeus também têm crescido o consumo de cigarro contrabandeado e um dos fatores principais é a taxação”, pontua o especialista.
Na pesquisa, os nomes das marcas não foram divulgados. Mestrando em química aplicada da UEPG, Cleber Pinto da Silva é o autor do trabalho. Ele esclarece que citar os nomes poderia gerar uma comparação entre as marcas avaliadas e o objetivo está longe de ser esse. “O mais importante é o fumante entender que, ao optar por um cigarro paraguaio, ele está se expondo a riscos maiores de desenvolver doenças relacionadas ao tabagismo”, diz. O pesquisador explica que, se o cigarro contrabandeado tem duas vezes mais chumbo comparado às marcas nacionais, significa dizer que o fumante vai absorver mais esse metal. "Quanto mais poluente e mais metal, maior a probabilidade de desenvolver um problema de saúde”, alerta. Segundo ele, as enfermidades relacionadas ao tabagismo – câncer, doenças respiratórias e cardíacas - são as que mais matam no mundo atualmente. “A relação com o câncer de pulmão é de 90%”, afirma.
A pesquisa da UEPG avaliou também as duas marcas nacionais mais vendidas no Brasil para comprovar que elas são “mais seguras” do ponto de vista de rigor na produção. “Qualquer cigarro, tanto nacional quanto paraguaio, faz mal a saúde”, reforça Cleber. Para se ter uma ideia, a quantidade de nicotina de um cigarro paraguaio é de dez a vinte vezes mais que do nacional. O especialista conta que só conseguiu achar um pedaço de plástico, muito pequeno, em apenas um cigarro das marcas brasileiras avaliadas. “A probabilidade é de 99% de achar algum elemento no cigarro paraguaio. A gente encontrou a ponta de um filtro inundada de ácaros, isso vai direto para o pulmão”, alerta. Lembrando que, no Paraguai, esse produto é legalizado e tem, inclusive, registro.
ENTENDA O IMPACTO NA SAÚDE:
Cleber Pinto da Silva explica que cada cigarro produzido em diversas partes do mundo tem uma quantidade específica de metais. Dessa forma, a pesquisa comparou o cigarro contrabandeado do Paraguai não apenas com os nacionais, mas com marcas já avaliadas em pesquisas internacionais.
Cromo
Uma das marcas analisadas que corresponde a 12,99% das apreensões no Brasil apresentou níveis de cromo muito superiores a qualquer estudo já realizado. A concentração encontrada foi 11 vezes maior do que os valores máximos das falsificações do Reino Unido e acima de 33 vezes ao relatado em estudos com cigarros comercializados legalmente no Brasil.
Vários estudos apontam o Cromo como um dos possíveis responsáveis pela causa nas dificuldades na respiração, tosse, formação de úlceras, bronquite crônica, diminuição da função dos pulmões, pneumonia e alguns tipos de câncer.
Chumbo
Outras marcas apresentaram o dobro de chumbo do que o valor médio encontrado em cigarros comercializados legalmente em países como o Paquistão e valores superiores a 116 vezes ao encontrado, em média, em cigarros vendidos legalmente no Brasil.
O chumbo é um metal extremamente tóxico e pode afetar cérebro, rins e sistema nervoso. Pesquisas relacionam o aumento nos níveis desse metal com a redução do quociente de inteligência e, recentemente, associaram o chumbo presente no tabaco ao mau desenvolvimento de fetos.
Níquel
A concentração de níquel encontrada em algumas amostras foi três vezes superior ao relatado em pesquisas de diversos países como Índia e China. Considerando essa média de concentração e supondo que uma pessoa consuma 20 cigarros por dia, a quantidade de níquel absorvido será 10 vezes superior ao de um fumante que consome cigarros legalizados no Brasil.
O níquel é um agente altamente genotóxico e pode causar mutações no DNA, alergias de pele, fibrose pulmonar, problemas nos rins e envenenamento do sistema cardiovascular.
Manganês
Duas das marcas analisadas (correspondentes a mais de 14% do volume de contrabando apreendido) apresentaram concentrações de manganês acima de seis vezes ao encontrado em cigarros comercializados legalmente no Paquistão.
O manganês em altas concentrações pode gerar um grave quadro toxicológico e pode causar uma doença conhecida como manganismo, com sintomas semelhantes ao Parkinson. Por ser neurotóxico, pode estar associado ao desenvolvimento de doenças neurodegenerativas.
pH dos cigarros
Resultados preliminares com sete marcas de cigarros contrabandeados mostram pH básico, ou seja, acima de 7.
Estudos realizados na Europa e EUA indicam que o pH influencia na absorção da nicotina e quanto mais básico é o cigarro mais nicotina é disponibilizada para absorção do organismo.
Marcas mais vendidas no país:
Eight: 36,5% / 416,1 milhões de maços (8,322 bilhões de cigarros)
Classic: 9,6% / 109,44 milhões de maços (2,188 bilhões de cigarros)
San Marino: 7,5% / 85,5 milhões de maços (1,7 bilhão de cigarros)
Bill: 4,7% / 53,58 milhões de maços (1,07 bilhão de cigarros)
US Mild: 4,6% / 52,44 milhões de maços (1,05 bilhão de cigarros)


FONTE: Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF). / Diário de Pernambuco
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SE VOCÊ TEM PROBLEMAS COM DROGAS OU CONHECE ALGUÉM QUE PRECISE DE AJUDA, ACESSE WWW.CLINICAUPLIFE.COM.BR OU LIGUE PARA 11 4714-1079 / 7797/7969 (PLANTÃO 24 HORAS)

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Clínica de tratamento para Dependência Química e Alcoólica Up Life

A Clínica de tratamento para dependentes químicos e alcoólicos Up Life, está localizada na Estancia Turística de São Roque, no Estado de São Paulo.
Com localização privilegiada, a clínica para tratamento de dependência química e alcoólica Up Life oferece tratamento especializado, com equipe multidisciplinar composta de psiquiatra, psicólogo, terapeutas, enfermagem, socorrista, educadora física, nutricionista e conselheira.
A Clínica de tratamento para dependentes químicos e alcoólicos Up Life oferece diversos tipos de acomodações em 4 alas diferenciadas. Oferece também infraestrutura para lazer contando com quadra poliesportiva, 2 piscinas, academias, mesas de jogos e bosque para reflexão.
Para maiores detalhes sobre o programa terapeutico, fotos e localização acesse: www.clinicauplife.com.br ou ligue para 11 4714-1079 / 7797-7969 (plantão 24 horas).



ESPECIALISTAS SUGEREM MUDANÇAS NO COMBATE AO CRACK

Médicos pedem mais tempo de internação e ampliação da rede de apoio aos usuários.


Médicos ligados à luta contra o crack afirmam que os elevados índices de recaída e reinternação apontados por uma pesquisa gaúcha — quase 90% dos jovens voltam a fumar a pedra três meses após receber alta — reforçam a necessidade de aprimorar o método de tratamento no país.
Segundo especialistas, o sistema público ainda oferece poucos leitos, períodos curtos de internação e não consegue acompanhar o usuário após a alta para prevenir ou reverter eventuais recaídas. Um dos principais problemas, para o psiquiatra e ex-diretor do Hospital Psiquiátrico São Pedro Luiz Carlos Illafont Coronel são as "altas precoces" dos dependentes — geralmente, o período de internação autorizado pelo SUS é inferior a um mês.
— Na Inglaterra, se preveem internações de 30 a 90 dias para depressão grave, o que poderia servir como um parâmetro. Mas o ideal é que o prazo dependesse apenas da condição do paciente. O que se faz hoje é absurdo — afirma o psiquiatra.
Coronel afirma que, segundo levantamentos realizados no país, ao redor de um terço das mortes de usuários de crack são motivadas por altas antecipadas — por razões de saúde ou causas indiretas como envolvimento com a criminalidade ou traficantes. Outra dificuldade é a falta de leitos psiquiátricos — que já chegaram perto de 200 mil no país e hoje estão em 32 mil. Segundo um relatório elaborado por sete entidades médicas, o Estado perdeu 36,7% dos leitos de psiquiatria entre 1993 e 2013.
Em consequência, dependentes como o trabalhador autônomo Solon Santos da Silva Filho, 37 anos, recorrem a sucessivas internações e lidam com uma frequente falta de vagas. Ele está em seu quinto tratamento desde 2010: já passou por três internações em clínicas pelo SUS e está na segunda temporada em uma comunidade terapêutica, de Gravataí. Nas clínicas, conseguiu ficar no máximo um mês, o que considera "muito pouco". Também precisou superar obstáculos para garantir leito:
— Na minha segunda internação, tive de recorrer a uma ordem judicial para conseguir vaga. Mesmo assim, não adiantou e recaí. Agora, já estou há oito meses e 10 dias na comunidade terapêutica — conta.
O presidente da Associação de Psiquiatria do Estado e conselheiro da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Outras Drogas (Abead), Carlos Salgado, afirma que é necessário investir em ações como medicina comunitária, que permita acompanhar o dependente fora do hospital, aumentar a oferta de leitos psiquiátricos e aprimorar o treinamento dos profissionais de saúde para lidar melhor com a epidemia da droga.


Fonte: Zero Hora - por Marcelo Gonzatto